Mário Quintana certa vez escreveu um poema que penso ser o ideal dessas pequenas crônicas Psicanalíticas. “Meu saco de ilusões, bem cheio tive-o. Com ele ia subindo a ladeira da vida. E, no entanto, após cada ilusão perdida... Que extraordinária sensação de alívio!!! No Setting terapêutico o Psicanalista constantemente se depara com as ilusões... Ilusões de querer viver outra vida, experimentar outros sabores, esquecer tudo que os confrontaram em um amadurecimento, ser milionários e etc... 

Entre as ilusões, existe a que seria uma das primeiras. A de encontrar no outro a experiência de um relacionamento perfeito. O futuro bate a nossa porta e percebemos o quanto temos avançado em sua direção, só esquecemos de ficar atentos com as lições do passado. Estamos em uma época de praticidade, que vivemos em sociedade com tantos recursos e facilidades que projetam em nós a ilusão de encontrar alguém com a mesma praticidade, dinâmica. Ao deparar com a realidade e a perca da ilusão como o poeta mencionou, ficamos mais leves.

Lágrimas e tristezas tiveram que se fazer presentes para que só depois percebermos a leveza de não ter mais ilusões... Estava na companhia do meu filho, assistindo a segunda temporada de um reality Show que passa na Netflix, chamado: casamento as cegas. É um momento de observações, opiniões, e no final nós surpreendemos com quem escolheu quem é quem deixou de escolher e seus motivos...

Mas quem fica com quem? Se observarmos, casais irão estar juntos, se respeitarem o tempo de conhecer um ao outro. No Setting costumo dizer que existem cinco temas que serão sempre o seus adversários para uma boa relação, ter esses adversários não significa eliminá-los. Mas aprender a conviver com eles... Vamos lá...

1. Familiares 2. Admiração 3. Dinheiro 4. Filhos 5. Diálogo Espero poder falar sobre esses pontos ao longo das semanas..

Ronaldo de Mattos - Psicanalista

Membro do Instituto Círculo Psicanalítico de Brasília I.C.P.B