Mecanismo de Defesa: Repressão

Lembrando do filme que está em cartaz: Divertidamente II, vou iniciar o texto como se estivesse em uma exploração de Indiana Jones ...
Nas profundezas do inconsciente, a repressão atua como um dos mecanismos de defesa mais fundamentais e intrigantes, segundo a teoria psicanalítica. Introduzido por Sigmund Freud, este conceito descreve a ação do ego em afastar pensamentos, memórias e desejos ameaçadores da consciência, confinando-os nas camadas mais profundas da mente.

A repressão pode ser vista como uma forma de autoproteção. Imagine uma criança que testemunha um evento traumático. Para evitar a dor insuportável e o colapso emocional, a mente da criança reprime essa lembrança, tornando-a inacessível à consciência. Esse ato de empurrar o indesejável para o inconsciente é a essência da repressão.

No entanto, a repressão não apaga completamente os conteúdos perturbadores. Eles permanecem latentes no inconsciente, influenciando nossos comportamentos, emoções e até mesmo nossos sonhos. Uma pessoa que reprimiu um sentimento de raiva em relação a um pai autoritário pode, anos depois, expressar essa raiva de forma indireta, como dificuldade em se submeter a autoridades em geral.

A repressão desempenha um papel crucial na formação do inconsciente, onde memórias e desejos reprimidos moldam grande parte de nossa personalidade e experiências. Freud acreditava que muitas das neuroses derivam desses conteúdos reprimidos que, de alguma forma, tentam retornar à consciência. Esse retorno pode se manifestar como sintomas físicos, ansiedades inexplicáveis ou comportamentos irracionais.

Para a psicanálise, o objetivo terapêutico é trazer à luz esses conteúdos reprimidos, permitindo que o indivíduo os reconheça e os integre de maneira saudável. Esse processo, conhecido como "cura pela fala", envolve a exploração de sonhos, atos falhos e associações livres, onde os fragmentos reprimidos começam a emergir. É um trabalho árduo e delicado, pois confrontar o que foi reprimido pode ser uma experiência dolorosa e desconcertante.

A repressão também pode ser observada em contextos sociais. Uma sociedade pode reprimir coletivamente certos aspectos de sua história ou cultura que são considerados vergonhosos ou dolorosos. Esses aspectos reprimidos, porém, continuam a influenciar o comportamento e as políticas, frequentemente de maneiras inconscientes.

No cotidiano, a repressão pode nos proteger, mas também nos limita. Ao reprimir nossos verdadeiros sentimentos e desejos, podemos perder oportunidades de crescimento e autenticidade. Reconhecer e trabalhar com a repressão nos oferece a chance de nos libertarmos das amarras invisíveis que controlam nossas ações.

Ao explorar o mecanismo de defesa da repressão, adentramos o coração da psicanálise. É um convite a uma jornada interna de descoberta, onde a compreensão e a integração dos conteúdos reprimidos nos guiam em direção a uma vida mais plena e consciente.

Para que esse processo possa acontecer é necessário querer descobrir e  enfrentar nossos conteúdos reprimidos, e assim, encontrar a liberdade e a autenticidade que vêm com a integração completa de nossa psique. Procure acompanhamento Psicanalítico e através do percurso tenha a sensação de bem-estar que vem de um ego amadurecido...

 

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