Psicanálise e justiça social: abordagens críticas: uma reflexão freudiana

A psicanálise em suas origem com Sigmund Freud, sempre buscou entender as complexidades da mente humana e as dinâmicas inconscientes que moldam o comportamento do sujeito. No entanto, à medida que a disciplina adentrou o século a frente, tornou-se evidente a necessidade de trazer novamente a lembrança das lutas e a compreensão das implicações e conflitos  que movimentos sempre tentaram perpetrar na essência psicanalítica e como consequência incluir as interseções entre a psique individual e as estruturas sociais e culturais. A reflexão freudiana sobre justiça social vem desde os tempos de Erick Fromm, naquela ocasião o psicanalista Fromm começou sua carreira como psicanalista e teórico social. Ele se associou à Escola de Frankfurt, um grupo de intelectuais conhecidos por sua crítica à sociedade capitalista e suas teorias marxistas. Fromm combinou ideias psicanalíticas com marxismo, desenvolvendo uma abordagem humanista.    Sigmund Freud, o fundador da psicanálise, desenvolveu suas teorias no final do século XIX e início do século XX. Ele focou principalmente nos aspectos individuais da mente humana, como os processos inconscientes, a sexualidade e a estrutura psíquica (id, ego e superego). Freud era conhecido por sua visão mais pessimista da natureza humana e seu foco nas forças internas que moldam o comportamento.     Freud e Fromm divergiam em vários aspectos fundamentais:

   Freud via a natureza humana de maneira mais determinista e pessimista, enfatizando os conflitos internos e os instintos básicos.
   Fromm acreditava que os seres humanos têm potencial para a bondade e a realização, mas são muitas vezes corrompidos por estruturas sociais opressivas.
   Freud focava nas forças internas e nos conflitos psíquicos do indivíduo.
   Fromm expandiu suas reflexões para além da psicanálise para incluir a influência das forças sociais e econômicas sobre a psique.
   Freud manteve uma postura mais conservadora em relação à política, preocupado principalmente com a aplicação clínica da psicanálise.
   Fromm estava mais envolvido com a política e acreditava assim como outros do movimento da esquerda usar a psicanálise com a Intenção de contribuir para a criação do pensamento ideologico de uma sociedade mais justa e equitativa.
Embora não haja um registro específico de Freud abordando Fromm diretamente sobre suas inclinações políticas, é plausível imaginar que Freud poderia ter expressado preocupações sobre a politização da psicanálise. Freud valorizava a objetividade científica e poderia ter reagido para  que a associação com movimentos políticos, especialmente de esquerda, não pudesse comprometer a neutralidade da psicanálise.
Freud reconheceu que a cultura e a sociedade desempenham um papel fundamental na formação do inconsciente. Ele argumentou que os indivíduos internalizam as normas, valores e expectativas de sua sociedade, o que molda suas experiências de prazer e sofrimento. No entanto, a crítica social não era o foco principal de Freud, cuja ênfase estava mais na dinâmica intrapsíquica e nas relações familiares.
É fundamental para o universo de estudantes e profissionais da psicanálise ter em mente que a psicanálise não é um produto para ser usado dentro da perspectiva filosófica da esquerda ou de qualquer outro seguimento militante. Uma vez que a mesma é uma outra plataforma de conhecimento, onde o pensamento filosófico de René Descartes não pode e não consegue absorver a compreensão do que Sigmund Freud deixou em sua teoria psicanalítica. Para tanto, os envolvidos em psicanálise como Teoria,  metodologia e técnica necessita compreender que a psicanálise não está na plataforma cartesiana e nem por ela pode ser medida. Daí a fragilidade dos pensamentos Lacanianos, pois eles se estruturam dentro da filosofia cartesiana e não dentro da metapsicologia psicanalítica.  Deixando dessa forma um queijo suíço a teoria lacaniana... A confusão da atualidade só acontece pelo oportunismo de alguns militantes tentando tirar proveito do propósito da psicanálise para outros interesses e não de cuidar do sujeito que sofre, como Freud assim pensava.

 

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